sábado, 12 de junho de 2010

Charles Miller: duas bolas de futebol e um sonho na mala

Curiosidades, Futebol, História do Futebol, Futebol no Brasil
Quando aportou em 1894 no Brasil, com duas bolas de futebol embaixo do braço, aquele jovem de nome inglês, mas nascido em São Paulo, não poderia imaginar o quanto influenciaria um país inteiro ao trazer um esporte que passou a ser, alguns anos depois, uma questão de vida ou morte para os seus habitantes.

Aos 20 anos, Charles Miller, filho de um escocês com uma inglesa, retornava da Inglaterra onde havia estudado e aprendido também a ser um exímio centroavante, com passagem pelo Southampton Football Club. Apaixonado pelo esporte, além das bolas oficiais trouxe também uma bomba para enchê-las, um livro de regras e dois jogos de uniformes. Com isso, acabou personificando a figura do introdutor do futebol do Brasil.


Charles Miller faleceu no dia 30 de junho de 1953, há 52 anos, mas seu legado ainda impressiona pela dimensão que o esporte atingiu no Brasil.
Nascido em um país e educado no outro, ele nunca pertenceu a nenhum dos dois.


O que muitos desconhecem é que Charles Miller também foi um grande jogador. Aliás, ele estava presente na primeira partida de futebol realizada no Brasil, em 1895, na Várzea do Carmo em São Paulo, entre São Paulo Railway e Companhia de Gás, vencida pelo primeiro time por 4 a 2.


Charles Miller foi um excelente jogador, e certamente teria se tornado um jogador profissional. Entretanto, ele acreditava apaixonadamente que o profissionalismo iria destruir o futebol.


Charles não gostava de um sistema em que as pessoas fossem pagas para jogar, e tinha a crença que você deveria atuar por amor e não por dinheiro.
A maior parte das pessoas na Inglaterra não sabe nada a respeito de Charles Miller, e não têm idéia da sua ligação com o futebol no Brasil. Para um país pentacampeão mundial de futebol, não é fácil imaginar o que aconteceria se aquele jovem de 20 anos não tivesse retornado ao Brasil. Hoje, mais de 100 anos e cinco estrelas no peito depois, nossa trajetória não permite pensar em uma história diferente.

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